sábado, 26 de fevereiro de 2011

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Filme da semana - O turista

Alexander Pearce é um homem que está sendo procurado não somente pela Scotland Yard por dever mais de 700 milhões de dólares em impostos ao governo da Inglaterra, mas também pelo magnata Reginald Shaw (Steven Berkoff), por ter roubado uma enorme quantia de dinheiro deste. Depois de ter fugido e gasto mais alguns milhões em cirurgias plásticas e ter se tornado irreconhecível, Pearce começa a entrar em contato com sua amada, Elise Clifton-Ward (Angelina Jolie) através de cartas e bilhetes e pede para que ela pegue um trem até Veneza num horário específico e que ache alguém para se aproximar, na tentativa de enganar a Scotland Yard e fazer com que acreditem que tal pessoa é, na verdade, Pearce. Elise encontra Frank Tupelo (Johnny Depp), um professor de matemática com ares de atrapalhado e, de certa forma, lunático (não, não foi desta vez que Depp decidiu fazer um papel normal) que parece se interessar por ela e que acaba sendo a isca perfeita. Depois de toda a reviravolta, descobrimos que Elise era na verdade uma agente da própria Scotland Yard que foi colocada para investigar Pearce, ao passo que acabou se apaixonando pelo criminoso e que na realidade Frank realmente é Alexander.
Elise não sabe, até o final do terceiro ato, que Frank era realmente Alexander. Ao se sentar com ele no trem, ela realmente acha que ele é um total desconhecido. Quantos homens desacompanhados não poderiam haver num trem? Por que ela escolheu justamente Frank/Alexander? Não, por mais que se esforce tentando achar uma resposta plausível, ela não existe. E digo mais: Quando Elise o deixa no aeroporto para que volte para os EUA, ainda acreditando que está diante de um professor de matemática e não de seu amado, por que Alexander murmura um “mas eu me apaixonei por você”, como se isso tivesse acontecido agora? Quando começamos a pensar um pouco sobre um filme e o roteiro deste desmorona, significa que nunca foi sólido.
Um dos méritos do longa, porém, é se mostrar eficaz nos momentos de comédia: apesar de no terceiro ato vermos um Frank-Alexander que se porta de forma mais sóbria, digna de um criminoso de seu porte, nos dois primeiros atos vemos um homem extremamente atrapalhado e cheio de trejeitos (que em alguns momentos chegam a lembrar o divertido Capitão Jack Sparrow e que são a especialidade de Depp), que protagoniza alguns momentos realmente engraçados. Impossível não rir do cigarro elétrico com uma luz de LED ou das tentativas de Frank de se comunicar em espanhol mesmo estando na Itália e até, em um momento, tentando desejar “bom dia” no telefone, dizer “Bon Jovi”.
A verdade é que um roteiro nos surpreender é sempre um ponto positivo, mas isso não deve ser às custas de enchê-lo de buracos, que é o que acontece com o de O Turista: é um castelo de cartas que desmorona ao menor sinal de vento.

Vejam o Trailler:

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